Bettina Prentice é, ao lado do marido Jamie, fundadora e proprietária da Prentice Art Communications. A carreira como curadora de arte se reflete em cada aspecto de seu amplo apartamento em Nova York.

Além da crescente coleção de arte nas paredes, o espaço tem uma variedade de objetos e móveis nada comuns – todos selecionados pelo olho clínico de Bettina. A luminária em formato de arma, de Philippe Starck, as almofadas estampadas de Madeline Weinrib, pinturas de Lowell Boyers e uma coleção de antiguidades e heranças de família ajudam a completar a atmosfera eclética do ambiente.

Fascinada por orquídeas, ela mantém exemplares da flor em tamanho mini por todo o apartamento. Na sala de jantar, Prentice mantém os elementos mais pessoais: um quadro da artista Kim Mccarty, a quem representava em seus dias de galerista; pássaros de papel machê feitos por artesãos do Haiti e uma escultura da avó de Bettina feira pelo avô, que era um artista. Na lista de investimentos do casal, está aumentar a mesa de jantar, para receber ainda mais amigos.

No quarto, o tom de azul celestial, a padronagem do papel de parede e os quadros de pop-art são combinados em perfeita harmonia. Em uma mesa no canto do cômodo, Prentice deixa à mostra sua divertida coleção de livros de bolso – que inclui nomes como Hemingway, Tolstoy e Kafka, criados para imitar embalagens de cigarro.

A gaiola, comprada no interior da Inglaterra tem função multi-uso no apartamento: desde óculos-de-sol até a coleira do cachorro, todo o tipo de objeto é armazenado no criativo hall de entrada. Por fim, uma relíquia do mundo das artes encontra-se na parede: a carta de rejeição de Andy Warhol, datada de 1956, na qual Alfred Barr recusa a oferta de Warhol de doar seu desenho Shoe ao MoMA. O documento foi presente de um dos melhores amigos de Prentice, filho de um membro do restrito círculo de amizades do artista. “Serve para nos lembrar o quão dura pode ser a indústria de arte.”, conclui Bettina.

Fotos: Vogue.com

13 de maio de 2013

A casa de Alexandre Herchcovitch e Fabio Souza

Desde que oficializaram o casamento, há cinco anos, o estilista Alexandre Herchcovitch e o dealer de antiques Fabio Souza queriam encontrar uma casa que refletisse o gosto dos dois de maneira igualitária.

Do lado de Alexandre, estão os elementos moderninhos e kitsch – lixeira da Hello Kitty, quadros dos Simpsons e o logo do McDonald’s são algumas das referências. Fabio, por sua vez, trouxe sua paixão pelo vintage ao apartamento. O resultado não poderia ter funcionado melhor: a combinação certeira de componentes aparentemente opostos originou um ambiente único, aconchegante e criativo em cada detalhe.

Diferente da maioria das casas, em que as paredes servem como pano de fundo para quadros e obras de arte, aqui, são elas as protagonistas. Herchcovitch optou por deixá-las inacabadas, com um aspecto severo, quase grosseiro, mantendo lascas e rachaduras do gesso intocadas. Encontrar beleza no que é geralmente desprezado sempre interessou o estilista, que traz o incomum, o decadente também em seus desfiles.

Em meio a tantas referências, destacam-se a barbearia particular, a ampla varanda – espaço favorito de seus cãezinhos – e, como não poderia deixar de ser, o amplo closet do casal. O mix de objetos, texturas e cores também chama a atenção: o barroco se une ao minimal, o artesanal ao industrial e o lúdico surge acompanhado de motivos clássicos, tudo de maneira muito pessoal.

Desde um diagrama da anatomia humana em 3D a tecidos reciclados e toy art, nada parece fora de lugar. Tudo se encaixa em um cenário que tinha tudo para parecer over, funcionando em perfeita sintonia com a mente criativa de ambos.

Localizado em um prédio do arquiteto Artacho Jurado, no bairro Higienópolis, em São Paulo, o apartamento impressiona não só pela mistura de estilos, mas pela maneira com que a personalidade de Alexandre e Fabio aparece em cada canto da cobertura.