O lar da arquiteta: Triana Serrano abre as portas de seu refúgio com vista para o Morro Dois Irmãos
Uma morada que servisse para viver em harmonia com a natureza e trabalhar. Este era o sonho da arquiteta Triana Serrano e seu marido, que juntos possuem três filhos. O layout da casa era muito bem resolvido e marcado por tijolos maciços e concreto armado. Porém, a propriedade, que data dos anos 1970, foi arrematada com pontos fortes de deterioração, o que exigiu da profissional uma reforma.
A primeira ideia de Triana foi aproveitar o que a casa tinha de mais valioso, a estrutura. Outra preocupação foi trabalhar com materiais básicos para garantir um lar com pouca manutenção. Para tanto, restaurar e reaproveitar os materiais brutos do entorno foi essencial. Na área externa, devido a inclinação do terreno, foram necessários vários movimentos de terra até conseguir uma área horizontal ao redor da piscina. Desde o novo terraço, umas vistas inesperadas ao morro dos dois irmãos surgiu.
Como a casa foi paixão a primeira vista, a arquiteta também abriu mão de revestimentos, o que torno o processo mais econômico e preservou o encanto que a conquistou desde o início. A decisão também tinha um lado funcional: paredes e tetos aparentes e pisos cimentados favorece a iluminação e ventilação natural, evitando assim problemas de umidade tão presentes nessa área do Rio.
Materiais da região, como a rocha do terreno, foram utilizados para construir as escadas externas. As antigas vigas do telhado da sala foram substituídas por lajes premoldadas e reutilizadas para construir peças de marcenaria. “Reciclamos antigas luminárias do jardim para iluminar as fachadas. Recuperamos até peças de mobiliário abandonadas”, conta ela.
Para contraponto a essa estética mais bruta, os quartos receberam piso de ladrilho hidráulico. Na cozinha, a marcenaria amarela se mistura com o muro verde exterior e cria um ambiente bem aconchegante. Já quando o assunto é a decoração, Triana garante que foi um processo lento e desprovido de pretensão. Objetos trazidos de diferentes viagens se alternam com algumas peças assinadas. “O que mais gostamos é nossa coleção, ainda em processo de formação, de arte contemporânea. Temos peças elaborada nos últimos 20 anos que alterna alguns nomes conhecidos e muitas jovens promessas de vários países (EUA, Brasil, Argentina, Chile, França, Espanha…)”, conclui.
(Fotos: André Nazareth | Produção visual: Simone Raitzik)
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