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Aprenda a comprar bons móveis laminados com a Vermeil

Famosa por seus móveis clássicos, atemporais e clean, a Vermeil completa em 2016 40 anos de história. Uma das pioneiras no uso de laminação de madeiras nobres, como freijó, eucalipto e jequitibá, a empresa é um encontro feliz entre alta qualidade e peças de materiais nobres mais acessíveis. Passamos uma tarde ao lado de Eduardo Leopoldo Estelles, sócio-diretor da empresa criada pelo irmão, Nico. Dá uma olhada nas dicas que ele deu para acertar na compra e manutenção de móveis laminados. 

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COMO A VERMEIL COMEÇOU?

Quem fundou a Vermeil foi meu irmão Nico, falecido há 4 anos. Além da falta de um irmão, também estou órfão de sócio. Tentei abraçar da melhor maneira os passos dele. Ele foi corredor de kart e tinha um apego muito grande por arte e design. Um dia se deparou com a empresa de um conhecido em falência, cheia de peças de madeira de pinho de riga. Viu aquilo e começou a pensar em fazer objetos com misturas de madeira com latão e outros metais. Montou uma pequena fábrica e começou a fazer pequenos objetos.

Em 1980 começamos a reproduzir algumas peças de época que precisavam de uma mão de obra muito específica. Ele foi se apegando a isso, estudando e acabou seguindo esta linha. Com o tempo, os produtos ficaram um pouquinho mais fáceis de serem construídos. A evolução da Vermeil foi manter atualizado os desenhos, mas sempre com uma mão de obra qualificada e com profissionais de carreira.

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A ESTÉTICA LIMPA SEMPRE FOI O NORTE DA EMPRESA?

Nosso principio sempre foi uma alta marcenaria entregue com excelência e sem detalhes. Não fazemos produtos engraçadinhos como vemos hoje. Fazemos móveis com consistência, com marcenaria bem feita, e acabamento e proporções certas.

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O QUE VOCÊ ENTENDE POR DESPROPORCIONAL?

Bolhas, por exemplo. Mas não só erros de desenho, também vemos desproporções de peso, uso de materiais errados. Precisa tomar cuidado, não dá para ter uma cadeira muito pesada. É um item do dia a dia, que está lá para ser usada. Não faz sentido ter um peso muito grande.

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POR QUE VOCÊS TRABALHAM COM LAMINAÇÃO E NÃO MADEIRA MAÇICA?

Se te oferecerem uma cadeira maciça de eucalipto nova, saiba que é falsa. Não se faz uma cadeira de eucalipto, é uma madeira escassa. Você está comprando uma peça laminada. E isto acontece com grande parte das madeiras nobres, como freijó, jequitibá… Como não abrimos mão destes materiais, seguimos com laminação, que é uma ótima e tão boa opção, quando bem feita, que a maciça. Quando trabalhamos com uma peça maciça, ou seja madeira viva, temos maior dificuldade de trabalhar. Ao cortar uma peça viva, ela pode empenar, rachar, sofrer reações de cor… E isto pode acontecer muito tempo depois, quando ela já está na sua casa. Uma peça laminada não está mais viva, então terá o mínimo de reações e será sempre aquela peça que você comprou na loja. Além de mais ecológica, são diversas peças espessuras de lâminas que colamos em uma peça de MDF ou compensado, que também são madeiras mortas. O ganho é muito grande, principalmente de preço.

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FAZER BOLHAS E SOLTAR LÂMINAS É SEMPRE UM RISCO QUANDO COMPRAMOS PEÇAS LÂMINADAS?

As técnicas de colagem e aplicação da lâmina evoluíram tanto que são poucas as pessoas que se arriscam com técnicas ruins e que podem ocasionar isso. O pulo do gato é o tempo. Quando se trabalha com laminação, os tempos de ponto e secagem precisam ser respeitados. É ai que a peça pode dar errado. Desconfie quando te prometerem um produto laminado feito na hora de um dia para o outro. A conta sai mais caro se você correr para ter logo o produto na sua casa. Vou dar um exemplo: uma mesa de jantar precisam entre 7 e 15 dias.

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QUAIS SÃO AS MADEIRAS MAIS NOBRES QUE VOCÊ TRABALHA?

Trabalhamos com diversas madeiras. Desde Pau Ferro, que vem das famílias do jacarandá e violeta, passando por Pinho Europeu (que passou a ser chamado de Pinho Café), até Imbuía e Ébano, que está sendo muito usado na Europa e é a mais cara que temos hoje.

QUE TIPOS DE ACABAMENTOS VOCÊ TRABALHA?

Pergaminho de cabra, que era muito forte no começo da Vermeil e voltou de uns dois anos para cá. Pergaminho de javali também é muito utilizado. Dos metais, bronze, latão… mas hoje estamos em uma demanda grande de banhos de cobre. Pedras brasileiras são muito legais também. Fica lindo em um puxador, por exemplo. A pedra é uma peça única e deixa seu móvel único também.

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QUE PEÇAS VOCÊ DIRIA QUE TODA CASA TEM QUE TER?

Acho que antes de falar de peça é falar de estilo. Peças clean e limpas é o que temos que ter. Pode não ser um móvel colorido e com design inovador, mas será sempre um móvel atual na sua decoração. Eu tomaria cuidado em investir em peças de design que estão na cara que são apenas modismos.

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OS CUIDADOS COM PEÇAS LAMINADAS SÃO DIFERENTES DE UMA MACIÇA?

Não se passa nada com abrasivos em uma peça laminada. O melhor amigo do móvel de madeira é tirar o pó e passar uma flanela. Se for um móvel antigo, de 20 anos atrás, piorou. Não passe nem perto com álcool. E o motivo é que eles eram lustrados com goma laca, a famosa “boneca”. Hoje já conseguimos com a tecnologia dar o toque aveludado da goma laca com outros produtos. Tome cuidado também com os aspiradores, vá com calma. Respeite e cuide bem do seu móvel.

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(Fotos: Gabriela Dal Moro)

Veja também: Aprenda a reconhecer um móveis de antiquariato com Arnaldo Danemberg

E mais: Aprenda a escolher e manter os tapetes

VitrineLojasEtc.

Aprenda como comprar móveis brasileiros com Graça Bueno, da Passado Composto Século XX

Escolher e comprar móveis brasileiros requer um pouco de conhecimento e atenção para não levar gato por lebre. Pensando nisso, passamos uma tarde com Graça Bueno, da loja-galeria especializada no assunto Passado Composto Século XX, que deu dicas valiosas para acertar em cheio!

Expert em mobiliário moderno nacional dos anos 1940 – 1970, até as curvas de Niemeyer, ela nos deu uma aula através de seu acervo. “Acredito que as pessoas precisem se instruir e gostar realmente do que é nosso.”  Vem ver nosso bate-papo e conhecer um pouco mais da loja, que também tem tapeçaria, obras de arte e fotografia.

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COMO COMEÇOU A PASSADO COMPOSTO SÉCULO XX?

Quando fui para a Europa estudar e comprar peças de antiguidades clássicas para a loja da minha mãe, a Passado Composto, descobri um mercado de mobiliário moderno dinamarquês feito de jacarandá brasileiro. Percebi ainda mais o valor do material brasileiro e comecei a investir no nosso mobiliário nacional. Assim nasceu a Passado Composto Século XX.

E O QUE A GENTE ENCONTRA POR AQUI?

Mobiliário moderno brasileiro, principalmente de Joaquim Tenreiro, Jorge Zalszupin, Sergio Rodrigues e Jean Gillon. A maioria de jacarandá, madeira extinta e nobre. Tapeçarias, quadros, obras de arte e fotografias.

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O QUE TORNA UM MÓVEL NOBRE?

Vários critérios enobrecem um móvel vintage, ou de antiguidade moderna como se costuma falar também. O principal é a madeira, sendo a mais nobre o Jacarandá (extinto). Depois, vem a questão da quantidade de cores e madeiras na mesma peça. Já tivemos aqui duas cadeiras com 5 cores de madeira, que é extremamente rara. Leva-se em conta também a questão escultural, como a cadeira de três pés do Tenreiro.

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Na parede, tapeçarias de Jacques Douchez e Fernando Lemos. As cadeiras são: Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues

QUAIS DICAS VOCÊ DÁ PARA SEUS CLIENTES QUE NÃO ENTENDEM DE MOBILIÁRIO E QUEREM INVESTIR?

1- Acredito que precisamos ser práticos. Não compre o que você não for usar, a menos que você seja um colecionador. Uma poltrona bonita, gostosa, e, se possível, de um designer, é uma primeira boa compra.

2- Não descarte os móveis anônimos. Em muitas feirinhas, você consegue comprar uma peça de madeira bonita, bem desenhada e acabada. Mesmo porque, talvez você descubra, no futuro, que aquela peça é de algum designer. Isto acontece muito.

3- Fico triste quando vejo que alguém comprou uma peça falsificada. Tome cuidado para não comprar gato por lebre. Busque lojas e galerias idôneas, que tenham documentação das peças. Se não é possível comprar uma peça antiga, invista em uma reedição autorizada.

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FOI POR ISSO QUE DECIDIU REEDITAR A POLTRONA JANGADA, DE JEAN GILLON?

Também. Me interessei por Jean Gillon e conheci a família, de quem comprei todo o acervo de mobiliário e obras de arte. A parceria foi mais além e fiquei responsável por toda a documentação dele. Então, tenho aqui na loja as primeiras brochuras, desenhos e fotos dele. Percebi que Gillon não era só um arquiteto e designer, mas também um exportador do design brasileiro. A raridade e interesse dos clientes pela peça me fez apostar.

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E QUAIS AS DIFERENÇAS DELA PARA A ORIGINAL?

Nos preocupamos em respeitar o design autoral do Jean Gillon, então esteticamente é igual. Já com relação à madeira, o cuidado não foi a nobreza dela, mas sim ser politicamente ecológica e certificada. A rede é feita em comunidades de mulheres de pescadores, e o verniz artesanal, o que dá um toque melhor. É uma peça que demorou três anos para ser feita.

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(Foto: Divulgação)

ALGUM NOME QUE AINDA NÃO É TÃO CONSAGRADO E QUE CONSIDERA BOM PARA INVESTIR?

Gosto muito da Eva Soban, artista dE tapeçaria que está com um trabalho contemporâneo bem interessante. Ela tem um acervo antigo, mas também está investindo em uma coleção prêt-à-porter mais em conta. E acredito que se pode apostar nas manufaturas, como Móveis Fátima e Celina Decorações, que estão sendo valorizadas a cada dia.

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Mesas de centro de Pedro Petry

PERCEBEMOS TAMBÉM UM GRANDE ACERVO DE TAPEÇARIA. POR QUE VOCÊ A ACHA INTERESSANTE?

São obras de arte que decoram, podem ter um custo melhor que um quadro, dependendo do artesão, e são muito resistentes. A tapeçaria alegra os ambientes, aquece e até me permito dizer que auxilia na acústica. Gosto das coloridas, que têm a ver com o nosso Brasil, com o tropical do nosso país. E podem ser misturadas com fotografias, telas. Fora que a manutenção é simples, apenas lavar de dois a três anos.

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Na parede, quadros de Genaro de Carvalho

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(Fotos: Gabriela Dal Moro)

Veja também: Aprenda a escolher tecidos para móveis e paredes com a Entreposto

E mais: Saiba como cuidar e combinar tapetes com a By Kamy

DecoraçãoDicas e ideiasSalaVitrineLojas

Aprenda como o feng shui pode transformar sua casa

A gente bateu um papo longo com a consultora especialista em feng shui Silvia Cesar, que deu ótimas dicas para você transformar a sua casa com a arte milenar chinesa, canalizando boas vibrações e energias. Vem ver:

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O QUE É O FENG SHUI E QUAL A SUA FINALIDADE? 

O feng shui significa vento e água, e está fundamentado no I Ching (filosofia oriental que mostra como pequenas mudanças físicas ocasionam grandes transformações em nossas vidas). Não se trata de crença, mas sim de mera observação da natureza. É uma arte milenar chinesa, que visa harmonizar os ambientes em que as pessoas vivem e trabalham, conseguindo assim uma vida mais feliz, cheia de bênçãos cósmicas. Suas leis e princípios foram desenvolvidas através dos séculos e transmitidos oralmente de mestre para discípulo, conduzindo a felicidade e o sucesso na vida pessoal e profissional. Essa é a verdadeira arte do feng shui: canalizar boas vibrações para você conquistar seus sonhos!

PODEMOS APLICÁ-LO EM TODOS OS CAMPOS DA NOSSA VIDA? 

O feng shui sempre é aplicado em nossas casas através do bagua (octógono) que é a peça chave dessa arte milenar. Pode ser aplicado na casa toda, ou em um único ambiente. O intuito é identificar as nove diferentes áreas da vida, que são elas: trabalho, espiritualidade, família, prosperidade, sucesso, relacionamentos, criatividade e amigos, e o centro energético ou área da saúde – elas serão ativadas com o uso de cores e objetos correspondentes a cada área.

QUAIS OS BENEFÍCIOS NA DECORAÇÃO?

Na decoração, o feng shui é benéfico porque ajuda na colocação certa dos móveis. Dispostos de maneira mais auspiciosa, eles proporcionarem ambientes cheios de harmonia e boas vibrações.

QUAIS OS ELEMENTOS E ACESSÓRIOS PRINCIPAIS UTILIZADOS? 

Os principais elementos são terra, água, fogo, metal e madeira. Os acessórios usados na decoração são: cristais, espelhos e metais nobres (como o cobre, por exemplo).

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DE QUE MANEIRA AS CORES FUNCIONAM? 

Elas influenciam muito no feng shui, pois cada área tem sua cor específica e com ela podemos curar ambientes que estão sem energia. Por exemplo: para se conseguir fama e sucesso utilizamos a cor vermelha, que serve para ser ativar essa área. Já o amarelo é a cor do metal (sucesso) e assim pela casa toda…

PARA QUEM QUER COMEÇAR A APLICAR O FENG SHUI EM CASA, POR ONDE COMEÇAR? 

Uma casa alegre e bem iluminada é sinônimo de casa cheia de boas energias. Espalhe objetos que te lembrem momentos alegres e te tragam boas memórias. Pode ser desde porta-retratos até lembranças de viagens.

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UMA DICA PARA O QUARTO? 

No quarto, menos é mais! Evite muitos móveis, livros em excesso, eletrônicos (principalmente ao lado da cama). Estes têm muita energia e podem atrapalhar o sono.

E PARA A SALA? 

A sala de estar deve passar uma mensagem de boas-vindas. O sofá sempre de frente para quem chega. Disponha os móveis em formato de “U”, como se fosse uma ferradura. Isto estimulará o convívio social.

NA COZINHA, ALGUM CUIDADO ESPECIAL? 

Não diria cuidado, mas uma dica boa é: vermelho e laranja para o feng shui estão associadas ao fogo e aguçam a fome. Ou seja, para os que querem emagrecer, não é uma boa ideia. O Azul sim reduz o apetite e é ideal, pois “retira” a beleza da comida, e acalma instantaneamente a compulsão.

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(Fotos: Divulgação e reprodução)

Veja também: Dicas para deixar todos os cômodos organizados

E mais: 10 salas de estar claras

DecoraçãoDicas e ideias

Entrevista: Vamos Receber dá dicas para acertar em cheio na recepção

Receber bem, definitivamente, não é apenas uma questão de escolher os itens certos, bebidas saborosas e pratos de comer rezando. Receber bem é criar a ocasião perfeita, assim como marcar aquele dia como um dia especial na memória dos convidados. E para a gente, quem traduz muito bem esse sentimento e carinho é o trio Thais Senna, Maria Emília Senna e Adriane Danilovic, nomes por trás do Vamos Recebere nossas entrevistadas de hoje. Em um bate-papo daqueles que a gente ama, cheio de dicas, elas fizeram um passo a passo imperdível para quem quer abrir a casa e não sabe como. Vem ver!

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– Qual o primeiro passo para arrumar uma boa mesa? Existe um cronograma básico de etapas que devemos seguir?

Na hora de montar uma mesa a primeira coisa que pensamos são nos convidados e na ocasião. Quem vamos receber, como gostaríamos de receber e o que podemos fazer para mostrar aos nossos convidados como eles são queridos e bem-vindos. Costumamos dizer no Vamos Receber que receber bem nada mais é do que dar amor, é fazer com que seu convidado se sinta em casa. É proporcionar um momento agradável e inesquecível. Uma bela mesa, casa florida e perfumada, comida e bebidas certas… são apenas meios para demonstrar o amor que envolve o receber. Definindo os convidados e a ocasião, escolhemos a louça que gostaríamos de usar. Em seguida, elegemos as flores para a decoração (costumamos levar a louça que vamos usar para a floricultura) e, a partir daí, escolhemos os demais complementos como taças, toalha ou jogo americano, guardanapo e porta guardanapo. Fazemos dessa forma porque, muitas vezes, os tais complementos, em vez de harmonizar com o tom ou o motivo da louça em si, acabam sendo combinados com as flores, criando combinações únicas e muitas vezes surpreendentes, o que nos agrada bastante. Mas, acreditamos que não haja uma única fórmula para se seguir em todas as situações. Depende do que funciona para cada pessoa. Prestamos muita atenção na harmonia e simetria da mesa, na altura dos arranjos (para que não atrapalhem o bom andamento da conversa) e se todos os utensílios podem ser facilmente alcançados e manuseados pelos convidados.

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– Como deve ser feito o convite?

Seja o convite impresso, por e-mail ou facebook, o que faz realmente a diferença para nós é o conteúdo, a mensagem transmitida por meio do convite. Além de deixar claro o tom da ocasião (mais formal, menos formal e descontraído, etc.), dia, local e horário, transmitir a cada convidado, de uma forma ou de outra, o quanto sua presença é especial, seja com uma mensagem carinhosa especificamente dirigida a cada convidado, uma referência às boas lembranças de encontros que já aconteceram, enfim, algo que deixe claro que a presença daquela pessoa ou daquele casal fará toda a diferença no encontro que se quer preparar.

– No que acham primordial investir para decorar e servir?

As flores sempre ajudam e tornam tudo mais lindo, sejam elas de floricultura, colhidas do próprio jardim, misturadas aos temperos, legumes e verduras. Um belo arranjo floral faz a diferença, dá o tom da ocasião e pode deixar uma mesa extremamente elegante, mesmo que os produtos usados nela não sejam tão elegantes assim. Em relação às louças e taças, o ideal é começar investindo em conjuntos neutros – não necessariamente precisa ser o tradicional branco para a louça ou o transparente para as taças, mas é fato que estas são as opções mais simples de combinar. Depois da louça e das taças, vale a pena investir nos complementos, como jogos americanos, sousplats, guardanapos e porta guardanapos com padrões, materiais e estilos bem diferentes. Em parceria com uma louça e taças neutras, tais complementos são capazes de multiplicar as opções de decoração para a mesa, deixando-a sempre com uma cara nova. Para servir, um conjunto de travessas em prata é sempre um investimento certeiro. Se bem cuidadas, elas podem durar a vida toda e sempre deixam o serviço impecável, seja em ocasiões mais elegantes e sofisticadas, seja em situações mais casuais. Caso não queira investir em prata, travessas neutras que se adequem à qualquer ocasião também ajudam muito.

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– Como deixar uma recepção aconchegante e prática para quem não tem funcionários para servir?

Quando recebemos em casa, procuramos facilitar nossa vida e a de nossos convidados preparando cantinhos para as bebidas e dispondo as comidas sobre um aparador ou servindo em estilo buffet, conforme o caso, de forma que todos se sintam à vontade para se servir como e quantas vezes quiserem. Se o número de convidados é igual ao número de lugares à mesa, recebemos com a mesa posta, mas dispomos as comidas sobre um aparador que fique próximo. Ocasiões em que o número de pessoas supera o número de lugares à mesa são um pouco mais difíceis de organizar sem ajuda, mas, nesses casos, optamos por servir em estilo buffet, seguindo sempre algumas regrinhas básicas, como apresentar as comidas na ordem lógica em que serão consumidas e usadas (em primeiro lugar as entradinhas e molhos, pães e outros complementos que as acompanhem, depois os pratos quentes e assim por diante), para deixar tudo sempre organizado e bem à vista de cada convidado; usar pratinhos de apoio para os talheres de servir; dobrar guardanapos e dispor talheres de forma que se tornem fáceis de pegar e nunca dispensar bandejas de apoio. Antes do evento, pensamos no que vamos precisar durante a ocasião e deixamos tudo pronto para ser usado e separado num cantinho de fácil acesso. Quando o menu fica por conta dos maridos, já deixamos todos os ingredientes separados e a receita ao lado.

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– Quais cômodos e espaços da casa não podem ser esquecidos?

Além dos lugares em que se planejou receber as visitas – sala de estar/jantar; jardim etc. – é fundamental não se esquecer de deixar o lavabo bem preparado. Além de decorá-lo e perfumá-lo, com uma vela aromatizada ou home spray, recomendamos torná-lo o mais prático possível para o convidado. É interessante deixar sabonete líquido, toalhas de mão e rolos de papel higiênico extra sempre à vista, e, para ajudar em eventuais emergências, também são muito bem vindos uma caixinha de remédios – com comprimidos para dor de cabeça, cólica etc. – fio dental, enxágue bucal e absorventes. Se for receber um ou mais convidados que vêm de longe – o que é comum quando se recebe na casa de campo ou de praia – ou quando o convidado não mora perto por qualquer outra razão, é interessante ter o quarto de visitas preparado também. Dependendo do espaço disponível ou da conveniência do anfitrião, em vez do quarto de visitas pronto, pode-se optar pelo telefone de um hotel ou pousada próximos que possam acomodar um hóspede extra de última hora, por exemplo. O importante nesse caso é saber o que fazer para ajudar caso seja necessário que um ou mais convidados precisem pernoitar no local.

– Lugares marcados são ideais em quais ocasiões?

Nós amamos marcar lugares à mesa e a nossa experiência com o assunto é muito boa. Usamos desde os marcadores em prata, aos tomates (para noites de pizza), verduras e legumes (para churrascos e feijoadas). Os convidados amam, enxergam como um carinho e sentem muita falta quando não veem seus nomes na mesa. Os nossos maiores objetivos ao marcar lugares à mesa é fazer a conversa fluir, evitar conversas paralelas e permitir a integração entre os convidados. Para tanto, colocamos pessoas com personalidades semelhantes próximas umas das outras, ainda que elas não se conheçam, e, sempre que possível, alternamos os homens e as mulheres. Estudiosos em regras de etiqueta afirmam que o ideal é marcar lugar quando o número de convidados for maior do que seis. Caso opte por não marcar os lugares, é interessante que os anfitriões saibam onde cada convidado vai se sentar, porque provavelmente eles vão perguntar. Não abrimos mão de marcar os lugares quando recebemos, com mesa posta, mais pessoas do que lugares à mesa. Normalmente, acomodamos os mais velhos na mesa e os mais jovens se acomodam em outros lugares da casa com a ajuda das indispensáveis bandejas de apoio. Marcar lugar nesses casos evita que as pessoas deixem de sentar na mesa para dar lugar a outros convidados.

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– Qual é a melhor forma de dispor pratos, talheres e guardanapos quando se opta pelo buffet?

Quando optamos por servir num buffet, deixamos os pratos todos juntos em lugar de fácil acesso para quem se dirige a ele (evitando apenas pilhas muito altas, com mais de oito pratos). Procuramos também dobrar guardanapos de tecido de forma a acomodar os talheres dentro, permitindo que o convidado pegue todos os itens de uma vez quando termina de se servir. Quando usamos guardanapos de papel, colocamos sempre um raminho de alecrim em cima deles.

– Guardanapos de papel podem ser usados?

Sim, claro! Em ocasiões informais e descontraídas e na hora de servir os aperitivos, os guardanapos de papel funcionam muito bem. Hoje em dia, tem uma variedade enorme de guardanapos de papel estampados que podem dar um charme especial à ocasião. Particularmente, quando usamos guardanapo de papel, gostamos de incluir nossas iniciais com uma chancela e sempre colocamos algo em cima deles (um raminho de alecrim, como falamos acima, ou um galhinho de pimenta rosa). Fica muito bonito e charmoso.

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– Uma entradinha infalível?

Impossível errar servindo uma bela bruschetta. Os sabores podem variar, desde o tradicional tomate e manjericão, até os mais elaborados como a de shitake com queijo brie e a de mascarpone com pera e trufas. Elas ficam maravilhosas sozinhas, como aperitivos, ou acompanhadas de uma saladinha e não há convidado que resista.

– Um prato que agrada sempre?

Não tem uma pessoa que tenha experimentado e não tenha amado a receita do risoto de brie com presunto parma e aspargos, acompanhada de farofa de pão picante. Foi uma das primeiras receitas que publicamos no Vamos Receber e até hoje faz o maior sucesso.

– Uma sobremesa pra fechar com chave de ouro?

Alfajor líquido. Maravilhoso!!!

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– E as bebidas? Quantas são legais e qual o melhor jeito arrumá-las?

Na chegada dos convidados, é sempre muito legal ter um welcome drink à espera. Desde o tradicional espumante até uma bebidinha mais elaborada. Amamos de paixão o drink do Buffet Zest que leva vodka, sorbet de limão e hortelã. Para acompanhar os pratos, costumamos servir uma bebida que harmonize bem com o menu que será servido. Vinho, cerveja, sake, capirinhas, sempre depende muito do cardápio. E, claro, não podem faltar opções não alcoólicas (como refrigerantes normal e diet/light, sucos e, dependendo do caso, água de coco), além de muita água, com e sem gás. Achamos importante deixar os convidados à vontade para se servir. Para tanto, sempre fazemos questão de organizar um cantinho de bebidas, com as opções disponíveis, copos e gelo (a depender do número de convidados, organizamos até mais de um desses cantinhos). Havendo ajuda ou não, está é, em nossa opinião, a melhor forma de arrumar as bebidas.

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– Uma sugestão caso o anfitrião queira dar uma lembrancinha no final?

A lembrancinha ao final de um almoço ou jantar agradável é um mimo a mais para que o convidado sinta-se querido e especial. Não precisa ser algo exagerado, um docinho, um brownie, um bem casado são ideais, assim como um arranjinho de flores ou outro item que faça referência à ocasião (por exemplo, já entregamos um maçinho de ervas e temperos ao final de um churrasco, um bouquet de mini rosinhas que serviu de porta guardanapo em um jantar dentre outros), ou um CD com a playlist que tocou na ocasiãoOutra opção é encaminhar, no dia seguinte, uma foto que porventura tenha sido tirada na ocasião com um agradecimento a cada um dos convidados.

– E como uma boa recepção pede uma playlist, qual a sugestão de vocês?

Costumamos brincar que cada situação tem sua trilha sonora. Depende muito dos convidados e do estilo do encontro. No entanto, acreditamos que seja impossível errar com uma boa bossa nova ou jazz sempre em um tom que não atrapalhe a conversa. Também temos um canal no Spotify, o Vamos Receber, no qual, ultimamente, temos registrado algumas de nossas playlists. Há opções para um jantar a dois, um chá de cozinha, chá bar, churrasco, feriado…

Quer ver mais dicas para receber bem? Aqui tem 12 sugestões da Suzana Ceridono

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100 anos convivendo com Artigas

O mestre da arquitetura, o responsável por projetar o estádio do Morumbi, ou o militante político da ditadura: para você, quem é João Batista Vilanova Artigas? No ano em que ele completaria 100 anos, uma agenda cultural promete homenagear e apresentar estas e outras diversas facetas do arquiteto. E a primeira delas, a exposição “Ocupação Vilanova Artigas”, no Itaú Cultural, em São Paulo, não poderia ter outra função, que não desvendar o lado humano de Artigas, que morreu em 1985.

“Nossa intenção é desmitificar esse endeusamento do Artigas e dizer que ele foi, antes de qualquer coisa, uma pessoa que viveu intensamente o seu tempo”, define Laura Artigas, neta e uma das responsáveis pelo material produzido.

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Artigas em clique de 1975

A roteirista, que conversou com exclusividade com a gente, era muito nova quando perdeu o avô, apenas quatro anos, mas diante do legado deixado e das histórias dos almoços de família, conseguiu construir a imagem necessária para este e para o segundo projeto, o documentário “Vilanova Artigas: O Arquiteto da Luz”. “Sempre o achei engraçado e ousado, mas descobri ao longo do filme um artista na melhor forma, daqueles que nunca queria se repetir e sentia uma necessidade de sempre executar seus sonhos. Diferente da nossa geração, meu avó sempre foi uma pessoa que colocou em prática as coisas.”

E ainda não acabou. Dois livros estão sendo lançados para fechar o ciclo. “A mão livre do vovô” traz os desenhos que Artigas fazia pra divertir os netos; e Vilanova Artigas reúne fotos do neto Marco Forti Artigas dos prédios projetados pelo arquiteto.

E é assim, cheio de bons encontros de amigos, familiares e admiradores que 2015 traz, meio que sem querer, o ensinamento número um de Artigas: a convivência. Veja abaixo o bate-papo com Laura e relembre algumas obras e particularidades dele.

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Laura veste camisa do avô e segura o paletó, que hoje está reformado e faz parte do guarda-roupa da roteirista

Como vocês chegaram aos 43 trabalhos expostos?

A curadoria da exposição é da minha mãe, Rosa Artigas, com o arquiteto Alvaro Razuk. O material que está lá é de duas fontes. A primeira é o arquivo pessoal do Artigas, que está sob os cuidados da minha família, mais especificamente no apartamento da minha mãe. Já os projetos e materiais didáticos são parte do acervo doado para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP há alguns anos.

Quais critérios foram levados em conta?

Nossa ideia era mostrar um lado mais intimista e humano dele. Desmitificar esse endeusamento do Artigas. Como somos da família, temos um privilégio de conhece-lo no dia a dia, então escolhemos obras importantes para nós. Nossa intenção é dizer que o Artigas foi, antes de qualquer coisa, uma pessoa que viveu intensamente o seu tempo.

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Acima, navios feitos de papel de uísque; abaixo, as icônicas gravatas e a régua de cálculo preferida de Artigas

Se você pudesse definir os 100 anos do Artigas, como seria?

Acho que 100 anos bem vividos. Em todos os momentos, inclusive os de exílio durante a ditadura, ele sempre conversou com o meio que estava, sempre se preocupou com o entorno. O Artigas acreditava que só a convivência salvava as pessoas, por isso seus projetos sempre valorizavam as salas grandes, as janelas enormes e a luz natural, uma forma de obrigar as pessoas a ficarem juntas.

Como foi seu contato com seu avô? Você chegou a conhecê-lo?

Não me lembro dele. Quando morreu, tinha quatro anos, então a imagem que tenho dele é das histórias que escutei.

Durante o processo de produção do filme e da exposição, o que mudou no seu entendimento de quem era seu avô?

Acho que mudar não mudou, mas acrescentou. Sempre o achei engraçado e ousado, mas me surpreendi com as histórias que vi e ouvi durante a produção. Descobri ao longo do filme um artista na melhor forma, daqueles que nunca queria se repetir e  que sentia uma necessidade de sempre executar seus sonhos. Diferente da nossa geração, meu avó sempre foi uma pessoa que colocou em prática as coisas.

Desenhos, sonhos e inspirações coletadas por Artigas no seu dia a dia

Desenhos, sonhos e inspirações coletadas por Artigas no seu dia a dia

Que história mais te surpreendeu?

São várias, mas uma engraçada é a da paixão dele por fogos de artifícios. Minha prima conta que o Artigas dava rojões para os netos de seis anos, o que deixava minha avó louca. Isso é uma coisa que ninguém tem ideia e que o filme traz. É esse Artigas que queremos mostrar com tudo isso.

Se o Artigas estivesse vivo hoje, qual você acha que seria a maior crítica dele?

Tendo em vista que ele sempre viveu intensamente o seu tempo, acho que uma das críticas sociais que ele teria, seria com relação a escravidão dos homens com os carros. Essa necessidade que temos de ter sempre um carro para tudo. Já profissional, se considerarmos seus últimos projetos, acredito que ele seria um radical em questões como acessibilidade, respeito ao meio ambiente e sustentabilidade. Se você parar para ver, ele sempre se preocupou com rampas, com luz natural e ventilação cruzada, itens que fazem muita diferença na arquitetura.

Era em seu escritório, em São Paulo, que Artigas transportava o exterior para o papel. Na foto de 1975, a concentração era alto marcante no arquiteto

Era em seu escritório, em São Paulo, que Artigas transportava o exterior para o papel. Na foto de 1975, a concentração peculiar do arquiteto

Acima, o vão da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, escola que Artigas projetou e também criou a grade curricular

Acima, o vão da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, escola que Artigas projetou e criou a grade curricular; abaixo, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, conhecido pelos paulistanos como o Morumbi

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‘Casinha’: projeto da primeira residência do arquiteto em São Paulo. Desenho de 1942

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Entre os temas mais encontrados nos desenhos livres deixados por Artigas estão as cenas cotidianas e os animais

 

http://youtu.be/gUCZwhvmhMY
Ocupação Vilanova Artigas
Local: Itaú Cultural
Endereço: Avenida Paulista, 149, São Paulo
Período de exposição: até 9 de agosto
Horário: de terça a sexta, das 9h às 20h; sábado, domingo e feriado, das 11h às 20h
Entrada gratuita

Etc.